sexta-feira, maio 25, 2007

escrito escrito por escriba

Depois de muito, eis-me aqui. Volto com a intenção de explicar o motivo do sumiço.
É muito mais fácil para mim expressar meu cotidiano, do que meus pensamentos. Não sei até que ponto quero fazer desse blog um diarinho. Na real, não quero. Gostaria de conseguir contar o que eu sinto sem ter que citar fatos e usar palavras já inventadas pra exprimir meus sentimentos. As metáforas me são muito mais difíceis. Me obrigam a pensar sobre tudo e a dizer as coisas como nunca foi dito. Não, "como nunca foi dito" é muita pretensão, mas pelo menos, dizer diferente de como se fala todos os dias. Poder dizer da introspecta necessidade de ser pró-ativa no mundo, sem usar o termo publicitariozinho cult e nem ter que ficar explicando todas as minhas angústias em ser reativa. Também gostaria de não precisar usar o termo "angústia", porque tá aí um exemplo das palavras que se usa todo dia, que já assumiu (assumiram pra coitada da palavrinha) um termo chavão que não comporta mais todos os sentidos que uma angústia angustiante pode ter.
Fico nadando num mar de palavras inexpressivas e banalizadas que não me servem pra dizer tudo o que eu sinto, todos meus desejos, minhas contradições, minhas alegrias, as fraquezas, as ironias, as comédias da vida. Não coloco a culpa nas palavras, longe de mim! Muito menos nas pessoas, que em sua inocência e necessidade de se expressar, acabaram deturpando e tirando o sentido de tudo. Eu, que geralmente me enquadro na categoria "pessoas", colaboro para esse assassinato. Não, na verdade não estamos matando as palavras, elas continuam vivas, mas estão deitadas e sedadas, para que não se manifestem como deveriam. Para que não saiam do estado vegetativo e surpreendam. Para que não assustem a população e, principalmente, para que não acordem ninguém.

4 comentários:

RodrigoCooK disse...

Muito bom Mah!! Agora, consigo entendê-la melhor em relação as palavras e a sua ânsia em escrever e expressar algo de modo não poético, construtivista, descontrutivista,blá, blá, blá, como tantos custam a gostar, inclusive, eu.
Se me der papel e caneta a escrever, não faço nada, não escrevo nada, rabisco ou me atrevo a desenhar uma casa com janelas e chaminé.
Eu somente digito feito um confessionário a mim mesmo, feito uma conversa entre mim e o que penso.
Gostei de saber, apesar de vc já tentar a me explicar como gosta de escrever, um grande destaque em seu texto: "ão, na verdade não estamos matando as palavras, elas continuam vivas, mas estão deitadas e sedadas, para que não se manifestem como deveriam. Para que não saiam do estado vegetativo e surpreendam. Para que não assustem a população e, principalmente, para que não acordem ninguém."
Amo vc! ;)

Anônimo disse...

ahhh...

Nada como o dominó....
Você junta as peças pra fazer o jogo e empurra as pedras pra "quéla" queda em sequência...

é o mesmo com nóis....

Escreva!!!
Bem vinda angústia e contradição!!
Conceitos desconceituados...
Também não me encontro nas palavras!!
Escreva!!!

olegado disse...

Blá, blá, blá, blá...

olegado disse...

Ei... eu lembro deste título...

 
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